sexta-feira, dezembro 30, 2005
foto: Lisboa
PODE LÁ SER
(Mafalda Arnauth / Luís Oliveira)
Troca esse fado, dá a volta à alma
E faz um canto menos só
Troca essa dor por algo melhor
Mesmo que seja em tom menor.
Sacode o medo
Que trazes preso à alma
E atrasa o teu andar
Tens onde ir que esse teu canto
Ainda tem tanto para dar.
Pode até ser
Um dia sem sol e a noite sem lua
Mas Lisboa sem o Tejo fica nua
Podem dizer
Que o fado perdeu a cor dos seus pais
Mas o fado, meu país, não morre mais.
Será defeito
Não ter o jeito ou por feitio
Fugir da tradição
Será tão diferente? Quando se sente
Só tem voz o coração.
Canto outra história
Faço a memória à minha medida
Mas tudo é tão igual
Que importa o tempo, se é sentimento
Senhores, é tudo Portugal.
Mafalda Arnauth in «Encantamento»
terça-feira, dezembro 27, 2005
quinta-feira, dezembro 22, 2005
sábado, dezembro 17, 2005
Chuva
Jorge Fernando
As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir
Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir
São emoções que dão vida
à saudade que trago
Aquelas que tive contigo
e acabei por perder
Há dias que marcam a alma
e a vida da gente
e aquele em que tu me deixaste
não posso esquecer
A chuva molhava-me o rosto
Gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera
Ai... meu choro de moça perdida
gritava à cidade
que o fogo do amor sob chuva
há instantes morrera
A chuva ouviu e calou
meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade
Mariza
quinta-feira, dezembro 15, 2005
quarta-feira, dezembro 14, 2005
segunda-feira, dezembro 12, 2005
terça-feira, dezembro 06, 2005
sexta-feira, dezembro 02, 2005
foto: Algures no Porto
POR DENTRO DE MIM
(Tiago Torres da Silva / Diogo Clemente)
Pus uma primavera nos teus olhos
Que em verde acordaram a manhã
Foi nos ramos dos teus braços
Que eu vi a flor do mar dentro de mim
No ninho dos teus beijos
Um pássaro de fogo voou, dentro de mim
E no seu bater de asas
Espalhou do fogo as brasas
Testemunhas do lugar de onde eu vim
E querem que te aqueças dentro de mim.
Vejo o sol a nascer do teu sorriso
E agarro-me aos teus braços de setim
Um verão que sem aviso
Faz nascer marés dentro de mim
E eu descubro de repente
Um sol em quarto crescente dentro de mim.
Também soubeste ser folha d’Outono
Soubeste adormecer na hora certa
E as folhas mais bonitas
Escolheram cair dentro de mim
E o vento das palavras
Pôs as canções do oceano dentro de mim
Não temas ser Inverno
Porque o beijo mais terno
É aquele que se dá chegado o fim
Quando tu adormeceres dentro de mim.
Faixa 12 «Diário» de Mafalda Arnauth